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Batuque

Quando pensamos na palavra batuque, normalmente lembramos de uma percussão rústica, a batucada. Na verdade, a palavra tem origem na religião, não na percussão.

Batuque é uma religião afro-brasileira de culto aos orixás. No Brasil é encontrada principalmente no estado do Rio Grande do Sul, de onde se estendeu para países vizinhos como Uruguai e Argentina.

 
batuque
A religião deriva de crenças dos povos da Costa da Guiné e Nigéria, como as nações Jeje, Ijexá, Oyó, Cabinda e Nagô.

A palavra "batuque" se originou da palavra "batukajé", um termo bantu, numa referência ao bater dos tambores típico das cerimônias da religião.

Os rituais são próprios e originais e, embora tenham alguma semelhança com o "Xangô de Pernambuco", são muito diferentes dos do candomblé da Bahia.

Batuque
Rugendas, pintor alemão que viajou pelo Brasil entre 1822-1825, pintou os rituais do batuque.

Os rituais de jeje têm suas rezas próprias. Ainda se vê este belo ritual em dois grandes terreiros na cidade de Porto Alegre. As danças são executadas de par, um de frente para o outro. Há, também, muitas casas que seguem os fundamentos da nação Oyó, que se aproxima muito do ijexá, já que estas duas provém de regiões próximas na Nigéria.

Cada babalorixá ou ialorixá tem autonomia na prática de seus rituais. Não existem nomenclaturas de cargos como há no candomblé. Os babalorixás exercem plenos poderes em seus ilês. Os filhos de santo se revezam nos cumprimentos das obrigações. No mínimo uma vez por ano, são feitas homenagens com toques para os orixás, mas as festas grandes são de quatro em quatro anos.

No dia do serão (dia da obrigação de matança), todos os orixás recebem sacrifícios de animais. Os cabritos e aves são preparados com diversos temperos e servidos a todos que participarem dos rituais, tudo é aproveitado, inclusive o couro dos animais, que sevem para fazer os tambores usados nos dias de toques.

Os Eguns, assim como os Orixás, tem suas rezas (cânticos) próprias, feitos na linguagem yorubá, e em dias de obrigações recebem toques ao som de tambores frouxos e com o acompanhamento de agê (instrumento feito com uma cabaça inteira trançada com cordão e contas diversas).

O batuque hoje faz parte da cultura brasileira e de nossas raízes africanas. Vamos manter vivas as manifestações populares brasileiras de matriz africana.

 

 

  


 

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